
Projetos propõem uma abordagem holística da moradia
em O Globo / Morar Bem, 6/abril
A Ideia é oferecer conforto, bem-estar e acolhimento em contrapartida à correria, à solidão e à turbulência da vida nas grandes metrópoles.
Novos conceitos arquitetônicos chegam ao mercado imobiliário do Rio para oferecer formas diferenciadas de moradia. As incorporadoras entenderam que o cliente quer comprar experiências que facilitem o cotidiano e garantam mais qualidade de vida — e tudo deve estar atrelado à ideia de conforto e bem-estar.
Um desses conceitos é o de casa equilibrada, desenvolvido pela urbanista Grace Flemming, que propõe uma abordagem holística da moradia: os ambientes devem equilibrar funcionalidade, bem-estar e sustentabilidade. Segundo ela, o projeto das residências deve considerar tanto as necessidades práticas do dia a dia quanto os aspectos emocionais e de saúde dos moradores. É o caso do Insigna, parceria da Azo com a Carvalho Hosken na Península, bairro planejado na Barra da Tijuca.
As 39 unidades do empreendimento incorporam elementos como ventila- ção natural, iluminação adequada, espaços verdes integrados e ambientes versáteis, que se adaptam às diferentes fases da vida familiar. E como isso se dá na prática? Um bom exemplo está no projeto em lâmina das unidades, com desnível entre as áreas sociais e de lazer, o que garante isolamento e conforto acústico aos quartos e à sala íntima.
— O ambiente afeta o organismo e o comportamento das pessoas, muda hábitos e modifica plasticamente o cérebro. Com o olhar atento a essas condições, buscamos usar critérios que elevem a experiência humana, por meio do design arquitetônico consciente — explica o CEO da Azo, José de Albuquerque.
O life friendly é outro conceito: os projetos devem facilitar e enriquecer o cotidiano de seus moradores. Essa abordagem vai além das amenidades básicas e oferece soluções que otimizam tempo e promovem bem estar, como espaços de coworking, serviços de concierge, hortas comunitárias, áreas para pets, tecnologias inteligentes de automação e proximidade com transporte público e serviços essenciais. O First Life Friendly, no Humaitá, lançado pela Fator Realty em 2024, segue exatamente essa linha.
Para materializar a ideia de moradia que não se propõe a ser apenas um dormitório, o residencial conta com diversos ambientes de interação e de desenvolvimento profissional, que incluem desde um lounge comunitário até um estúdio de podcast.
— O que mais atrai o comprador é justamente essa proposta de interação. As pessoas sentem-se muito solitárias e querem estar em ambientes onde possam fazer networking, criar amizades ou crescer profissionalmente. A ideia do life friendly é ser abraçado e acolhido pelo lugar em que se vive — diz o diretor-executivo da Factor Realty, Tiago Miranda.
Simplicidade
O leque de novos conceitos arquitetônicos inclui ainda o slow living, que emergiu como resposta ao ritmo acelerado da vida contemporâ- nea. São projetos que valorizam qualidade (e não quantidade), conexões genuínas e momentos de contempla- ção traduzidos por jardins sensoriais, espaços de meditação, cozinhas gourmet para refeições elaboradas em família e áreas de convivência que estimulem intera- ções significativas.
A Opy vem trabalhando essas propostas em seus residenciais, como o Apó Jardim Pernambuco, um condomínio no Leblon com casas de até 650 metros quadrados e cinco suítes.
— A arquitetura voltada para o slow living valoriza o uso consciente de recursos e o conforto emocional por meio de luz natural, ventilação cruzada, integração com a natureza e materiais sustentáveis. É uma resposta clara à urgência das grandes cidades e às tendências contemporâneas que sugerem uma vida mais consciente e integrada ao ambiente — diz o arquiteto e urbanista João Sousa Machado, um dos sócios da Opy.
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