Segmento popular é uma das promessas do mercado imobiliário em 2023

O segmento popular poderá ganhar impulso este ano, a partir da recuperação econômica. No entanto, como afirmou o presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu, ao jornal Extra, é preciso criar novas linhas de subsídios, promover alterações na taxa de juros e aumentar o preço-limite de venda das unidades pelas construtoras. 

Confira a matéria na íntegra:

O mercado imobiliário no Rio deverá se expandir em 2023, interrompendo um ciclo de queda nos lançamentos que aconteceu nos últimos dois anos. A aposta dos dirigentes do setor e das construtoras está na disposição do governo de incentivar a habitação social, o que pode gerar mudanças no programa federal Minha Casa, Minha Vida, que vão muito além de voltar ao nome original.

Se a recuperação econômica vier, aumentando a geração de emprego formal e de renda, o segmento popular será diretamente impactado, acredita o presidente da Ademi-RJ, Marcos Saceanu. Mas isso não será suficiente para incrementar o setor. Algumas outras medidas serão fundamentais para garantir o acesso da população de baixa renda ao financiamento da Caixa.

Saceanu sugere novas linhas de subsídios — hoje fixadas a um teto máximo de R$ 47,5 mil —, alterações na taxa de juros e aumento do preço-limite de venda das unidades pelas construtoras. A conta precisa fechar também para o setor privado, diz ele.

O presidente da Ademi lembra que a alta dos custos e da inflação impactou muito o mercado e travou alguns projetos, porque as construtoras não conseguiam equilibrar despesas e receitas com o custo de produção e a venda das unidades — o valor dos apartamentos tem um teto para cada faixa do programa.

— Esse cenário provocou uma queda histórica no percentual de lançamentos para o segmento econômico no Rio, em 2021, que respondeu por 35% do total. No ano passado, chegou a cerca de 40%. Neste ano, a expectativa é que volte aos tradicionais 50% do total de lançamentos — explica.

Para Saceanu, as zonas Norte e Oeste continuarão sendo os vetores de crescimento do mercado econômico, a primeira, especialmente, por ser bem servida de terrenos e pela densidade populacional, que beneficia tanto quem quer comprar um imóvel quanto as construtoras que atuam em empreendimentos com um grande número de unidades.

— As faixas de renda mais baixas são muito sensíveis a questões como emprego, geração de renda e subsídios governamentais. Com o cenário econômico mais positivo, as pessoas se sentirão mais seguras para contrair empréstimos para a compra de um imóvel — pontua Saceanu.

A Direcional Engenharia não só vai lançar mais sete empreendimentos neste ano (em 2022, foram seis) como também entrará em praças antes não exploradas pela construtora, como São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

O superintendente de Incorporação da Direcional do Rio de Janeiro, Ivan Bettencourt, reconhece que os últimos dois anos foram desafiadores para a construção civil, levando a empresa a buscar formas de equacionar custos para levar projetos adiante.

— Para este ano, as expectativas são boas, e é esperada uma estabilização dos custos de produção. O incentivo a novos projetos populares ajuda a reduzir o déficit habitacional e também estimula a geração de empregos no setor. A geração de emprego é a engrenagem que precisamos para expandir o financiamento imobiliário — explica Bettencourt.

O gerente Comercial e de Novos Negócios da Novolar, Waldecy Prado, informa que, em 2023, a empresa espera lançar cinco empreendimentos na cidade, a mesma quantidade que lançou na soma dos dois últimos anos. Otimista com a intenção do governo de ampliar o crédito imobiliário e com a melhoria do ambiente econômico, ele espera que sejam reforçados também a segurança, a motivação e o planejamento da população para adquirir a casa própria. Os lançamentos devem se concentrar nas zonas Norte e Oeste

— Apostamos muito na política econômica do governo, que deve ajudar a base da pirâmide a realizar o sonho da casa própria. A Novolar está se preparando para esse cenário — afirma Prado.

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