Falta de oferta em locais nobres impacta positivamente os vizinhos
em Valor Econômico, 28/junho
Bairros da Zona Sul se beneficiam da ‘externalidade positiva’ causada pelo deslocamento da oferta, um movimento que aumenta o valor das unidades.
Luxo, sofisticação e projetos arquitetônicos de grife não são mais exclusividade dos bairros nobres da Zona Sul carioca. Residenciais de alto padrão e alinhados às principais tendências de tecnologia, sustentabilidade, lazer e estilo começam a ocupar espaços privilegiados em São Conrado, Botafogo e Flamengo. A alta demanda de investidores por imóveis de luxo e a limitação da oferta em áreas mais cobiçadas da região, como Leblon, Ipanema, Lagoa e Gávea, vêm impulsionando a valorização dos imóveis em outros bairros.
Esse é um exemplo clássico do conceito econômico de externalidade positiva: diante da falta de oferta em determinado bairro, a demanda se desloca para a vizinhança, aumentando o valor dos apartamentos nesses locais. São Conrado é uma dessas localidades — vem se beneficiando da valorização do metro quadrado no vizinho Leblon, o mais caro do Rio (R$ 23 mil).
Depois de 13 anos sem lançamentos, o bairro acaba de receber o Ibitá, empreendimento de luxo da Performance, que ocupará uma extensa área localizada entre as montanhas da Pedra da Gávea e da Pedra Bonita e o mar, no local onde funcionou por décadas a tradicional escola bilíngue Carolina Patrício. Com VGV de quase R$ 150 milhões, o Ibitá terá 55 unidades de 85 a 235 metros quadrados, divididas entre gardens, apartamentos de dois e três quartos e coberturas duplex e lineares.
“São Conrado é conhecido por sua combinação única de elegância e natureza exuberante, oferecendo um estilo de vida sofisticado e descontraído ao mesmo tempo. O lançamento do Ibitá, com residências que combinam luxo, conforto e localização privilegiada, é uma resposta à demanda latente por inovação e qualidade de vida no bairro”, diz o COO da Performance, Renato Leite.
Botafogo, bairro que abriga uma das mais belas paisagens do Rio, também vem ganhando destaque na preferência dos incorporadores para o lançamento de luxuosos produtos, como o Era Botafogo, da Mozak. No retrofit de um casarão do século XX, serão apenas quatro unidades (duas por andar), com 110 a 137 metros quadrados, e uma nova edificação com mais 35 unidades e rooftop com vista para o Cristo Redentor. O VGV é estimado em R$ 34,4 milhões, e a entrega, prevista para final de 2025. Há apenas duas unidades ainda disponíveis para venda.
A localização estratégica é mais um atrativo do empreendimento que mescla sofisticação e tradição por meio da preservação e da valorização de características arquitetônicas originais do início do século XX. “Botafogo é um bairro que sempre teve muita vida e recentemente houve uma grande alta do mercado imobiliário local. Um dos grandes motivos para isso é a variedade de serviços oferecida na região”, avalia o presidente da Mozak, Isaac J. Elehep.
Também em Botafogo, a Piimo lançou o Guilhermina, um residencial com 12 unidades de dois, três e quatro quartos com até 131 metros quadrados. Todos os apartamentos são de frente e têm varanda gourmet. Lançado no ano passado, o residencial já está com 85% dos apartamentos vendidos, diz o presidente da Piimo, Marcos Saceanu.
A incorporadora e construtora também lançou recentemente, no Flamengo, o Taman Contemporâneo, residencial com 83 apartamentos de tipologias variadas (de um a três quartos com áreas que variam de 50 a 102 metros quadrados) e infraestrutura de lazer de clube.
“As metragens diversificadas atendem tanto aqueles que adquirem seu primeiro apartamento para morar sozinho quanto famílias com mais integrantes. E as opções de lazer semelhantes às de um clube são um diferencial importante em condomínios da Zona Sul”, diz Saceanu, que também é presidente da Ademi RJ e classifica como “excelente” a safra atual de produtos de alto padrão do mercado imobiliário carioca.
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