Rodada de Negócios do Mercado Imobiliário debate desafios e perspectivas para 2026

em Agência CBIC, 4/dezembro

A movimentação do mercado imobiliário para 2026 ganhou novos contornos nesta quinta-feira (4), quando a Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CII/CBIC) promoveu mais uma edição da Rodada de Negócios de Mercado Imobiliário. Em um encontro on-line marcado por análises técnicas e leituras realistas do ambiente econômico, representantes do setor compartilharam preocupações, expectativas e diagnósticos sobre um ano que promete ser de forte atividade, e igualmente de grandes desafios.

A abertura ficou a cargo de Ely Wertheim, vice-presidente da Área da Indústria Imobiliária da CBIC e presidente executivo do Secovi-SP. Ao destacar que o setor vive um momento de “otimismo moderado”, ele chamou atenção para sinais de alerta associados à rentabilidade, custos e aprovação de projetos. “Já vivemos momentos melhores. Não está ruim, mas o sinal amarelo está aceso”, disse, ressaltando que 2026 tende a ser um ano de grande movimento, marcado por entregas significativas, pressões de mão de obra e um ambiente político-eleitoral desafiador.

Na sequência, Wertheim se juntou a Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, e Pedro Krahenbuhl, assessor legislativo do Secovi-SP, para abordar atualizações sobre o Sistema Financeiro da Habitação. Os participantes contextualizaram as expectativas do mercado, o comportamento recente das contratações e os reflexos das decisões do Conselho Curador do FGTS. Petrucci enfatizou que, apesar do cenário de juros ainda elevados, há expectativa positiva para o próximo ano. “Tudo indica que o mercado deve crescer em 2026”, observou.

O tema seguinte, sobre os efeitos práticos da Reforma sobre a Renda, foi conduzido por Ricardo Lacaz, membro dos Conselhos Jurídicos do SindusCon-SP e do Secovi-SP. Ele ressaltou o impacto direto das novas regras sobre as empresas, especialmente no processo de deliberação e distribuição de lucros. “As companhias estão em uma verdadeira corrida para cumprir requisitos que são burocráticos e, muitas vezes, difíceis de executar na prática”, afirmou. Krahenbuhl complementou trazendo a visão do andamento político da pauta no Congresso, alertando para a imprevisibilidade no processo de votação.

Também debatendo a reforma tributária, Rodrigo Dias, que integra os Conselhos Jurídicos do SindusCon-SP e do Secovi-SP, destacou a necessidade urgente de revisão de contratos, adaptação de sistemas e atenção às futuras exigências de emissão de notas fiscais. “Teremos um ano de muitas mudanças, com o setor ajustando o avião enquanto ele voa”, observou, reforçando que empresas e fornecedores precisarão de planejamento para operar com segurança durante a transição.

O bloco dedicado ao financiamento imobiliário via FGTS e Minha Casa, Minha Vida foi apresentado por Luis Fernando Mendes, economista e assessor técnico da CII. Ele detalhou a execução dos recursos, o comportamento das contratações e o impacto dos remanejamentos autorizados pelo Conselho Curador. Mendes destacou que todos os recursos do FAR e do Fundo Social foram empenhados pelo governo. “Isso garante condições para uma boa execução ao longo de 2026”, afirmou. Ele também apontou o avanço das contratações de imóveis usados e o crescimento expressivo do financiamento PJ na modalidade aquisição e construção.

Fechando o encontro, Petrucci voltou a comentar o mercado de crédito imobiliário, destacando que o ano deve fechar com aproximadamente R$ 300 bilhões contratados entre poupança e FGTS. Segundo ele, apesar das pressões, inadimplência baixa e oferta significativa de recursos permitem uma leitura mais otimista. “Os indicadores mostram que o setor segue sólido e com espaço para expansão”, avaliou.

O tema tem interface com o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).


Ver online: Agência CBIC