BB BI analisa a performance do setor imobiliário em novembro - Setorial Construção

em BB / InvesTalk, 18/dezembro

PIB da construção cresce acima da economia doméstica no 3T25, mas dados de confiança e expectativa apresentam direções mistas na reta final do ano.

A divulgação dos dados do Produto Interno Bruto relativos 3T25, trouxe uma evolução na representatividade do setor de construção na atividade doméstica. O PIB da construção mostrou crescimento de 1,3% na comparação do com trimestre anterior, contra avanço de apenas 0,1% dos dados consolidados. Na comparação anual, o setor cresceu 2%, frente a 1,8% da economia brasileira no período.

O resultado veio acima da média das expectativas, tendo em vista que o setor enfrenta um cenário pressionado quanto às taxas de juros de financiamentos, o que historicamente reduz a demanda por unidades de médio e alto padrão, mais sensível às taxas de mercado, e consequentemente leva os incorporadores a reter o desenvolvimento de novos projetos. No entanto, observamos ao longo de todo o ano de 2025 uma atividade pujante no setor, mesmo com fortes bases de comparação no ano anterior. O segmento econômico tem parcela relevante dessa atividade, tendo em vista que as condições de programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida estão em patamares bastante competitivos, e vêm sendo atualizadas periodicamente. Mas empreendimentos de médio e alto padrão também vem encontrando apetite, e contribuindo para uma atividade resiliente ao longo do ano.

Novos dados já relativos ao andamento do último trimestre de 2025 trouxeram direções mistas. O indicador de confiança da construção, medido pela FGV IBRE mostrou uma leve melhora na última leitura, enquanto a expectativa de atividade no setor medida pela CNI até se manteve acima do nível neutro, mas recuou ao menor patamar desde dezembro de 2023, demonstrando alguma desaceleração na atividade, enquanto o mercado aguarda por uma concretização das projeções de um gradual ciclo de cortes de juros em 2026.

Enquanto isso, a inflação na indústria da construção medida pelo INCC-M apresenta um arrefecimento no movimento ao longo dos últimos meses. Ainda que o fator mão de obra permaneça acima das médias histórias aos 9,5% a/a, a leitura de novembro foi a mais baixa nessa base de comparação nos últimos 6 meses. O índice cheio acumula uma alta de 6,4% nos últimos 12 meses, menor patamar desde dezembro de 2024. Os números de outubro do CAGED mostraram que foram encerrados 2,9 mil postos de trabalho no setor, contra uma geração líquida de 85 mil empregos formais no Brasil no mês. Ainda assim, o setor criou 220 mil vagas líquidas em 2025, cerca de 12,3% do total de empregos criados no país no ano, incrementando a participação do setor na economia formal doméstica.

Em nossa visão, o setor apresenta um desempenho positivo em 2025 até aqui, mesmo enfrentando desafios relacionados a taxas de juros e fontes de financiamento, e pode capturar uma melhora no apetite conforme o desenrolar de 2026. A performance das companhias ligadas à incorporação não só acompanha a força da atividade no momento, como antecipa esse movimento para o próximo ano, com o índice Imobiliário superando o Ibovespa com consistência nos últimos meses.

Destaques desta edição: Dados de Confiança

Confiança da Construção (ICST) apresentou alta em novembro, ainda que o nível de utilização da capacidade tenha recuado nas bases de comparação.

Indicadores de Atividade

Conjunto de indicadores da Sondagem da Indústria da Construção recua na última leitura, mas expectativas para os próximos 6 meses permanecem acima do nível neutro.

Fontes de Recursos e Novas Contratações

Mesmo com pequeno volume de resgate líquido no mês, poupança registra o maior saldo após rendimentos desde agosto. Contratações via SBPE exibem significativa desaceleração.

Dados de Crédito e de Emprego

Estoque de vagas de emprego no setor da Construção recua na abertura do 4º trimestre, enquanto as taxas médias de juros para crédito imobiliário apresentam movimento misto.

Índice de preços

INCC-M desacelera leitura anual, e acumula 6,41% nos últimos 12 meses, com o grupo materiais ao menor patamar desde setembro de 2024.

Dados de Mercado – Construção Civil

Em um mês de novembro bastante positivo para os ativos domésticos, o Índice imobiliário (IMOB) avança 13,4%, superando a também forte performance do Ibovespa no período (+6,4%).

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