Os endereços mais caros do Rio voltaram com força ao radar do mercado imobiliário. Ipanema, Leblon, Lagoa e o Jardim Botânico, bairros que concentram os maiores valores de metro quadrado da cidade, estão na mira de um novo fundo que pretende investir até R$ 150 milhões em terrenos para projetos residenciais de alto padrão na Zona Sul.
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A movimentação é liderada pela Boreal Capital, gestora paulistana criada em sociedade entre seus fundadores e o Banco Pine. O plano é replicar no Rio a estratégia já adotada em São Paulo, onde a casa se comprometeu a aportar cerca de R$ 350 milhões em um fundo focado exclusivamente nos bairros mais valorizados da capital paulista.
No Rio, o fundo está sendo estruturado em parceria com a Vinci Compass e terá mandato claro de investir em terrenos que receberão projetos assinados pela Mozak, construtora com presença massiva na Zona Sul, especialmente no Leblon. A empresa é especializada em lançamentos de altíssimo padrão, inclusive, pelos projetos das casas multimilionárias que estão sendo erguidas no Jardim Pernambuco, no terreno da mansão que ficou conhecida como a casa mais cara do Brasil, vendida no ano passado.
A lógica da operação passa por financiar o desenvolvimento dos empreendimentos, com foco na venda das unidades. O arranjo inicial prevê que a Boreal aporte R$ 50 milhões até o primeiro semestre do ano que vem, com a Vinci investindo valor equivalente. A expectativa é que o volume cresça à medida que a fila de projetos da construtora avance, acompanhando novas aquisições de terrenos.
Segundo Leonardo Rigobello, sócio fundador da Boreal, a escolha pelos bairros da Zona Sul segue um critério pragmático. De acordo com ele, a gestora busca localizações óbvias, onde a liquidez e a demanda ajudam a reduzir riscos em um ambiente macroeconômico mais instável. A estratégia, afirmou em entrevista à coluna Capital, de O Globo, é evitar estresse desnecessário em ciclos mais duros da economia.
Além da localização premium, o modelo de negócio traz uma vantagem competitiva relevante. A Boreal conta com o apoio do Banco Pine, o que reduz a exposição aos ciclos de captação que hoje pressionam gestoras independentes.