Fechado há 15 anos, terreno do Terra Encantada ganha projeto com praça e condomínio

em O Dia, 14/novembro

Plano prevê criação de três novas ruas e vai conectar Avenida Ayrton Senna à Avenida José Silva de Azevedo Neto. Obras terão início ainda no mês de novembro e devem ser concluídas em cerca de um ano

Fechado há 15 anos, o terreno do Terra Encantada, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste, vai ser transformado em um novo espaço urbano integrado à malha viária da região. O projeto aprovado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento (SMDU) prevê a criação de três novas ruas e uma praça aberta ao público, com mais de 9 mil m², equipada com áreas de lazer e prática esportiva. As intervenções vão conectar a Avenida Ayrton Senna à Avenida José Silva de Azevedo Neto.

O espaço será construído pela RJZ Cyrela e para viabilizar o novo traçado urbano, a SMDU licenciou o projeto de parcelamento do terreno original e aprovou o alinhamento das novas vias e áreas públicas. A pasta também estabeleceu a obrigação de urbanização da região, por meio de um termo firmado entre o município e a construtora, e aprovou o relatório de diretrizes territoriais, que confirma a disposição das novas ruas e consolida a integração do local ao entorno.

A empresa será responsável pelo investimento estimado em R$ 35 milhões para reurbanizar uma área total de 34 mil m². "Enxergamos a carência de ligações entre a Avenida Ayrton Senna e a Avenida José Silva de Azevedo Neto e pensamos em integrar o terreno à malha urbana. Pedimos e a prefeitura aprovou um novo Projeto Aprovado de Alinhamento, que contribuirá para fluidez do trânsito local, criando rotas complementares em um entorno onde as vias principais já estão saturadas", diz o diretor de Incorporação da RJZ Cyrela, Carlos Bandeira.

As obras terão início ainda no mês de novembro e devem ser concluídas em cerca de um ano. A nova praça e as vias internas contarão com ciclovias, com extensão total de 1,4 km, equipamentos esportivos, 43 bancos, 33 lixeiras e oito bicicletários, com capacidade para mais de 200 bicicletas. Haverá também dois playgrounds infantis com brinquedos para idades variadas, um espaço para animais com três estações, área para convivência e 1.800 m² de área livre gramada. Para a rede de telefonia, internet, energia elétrica e abastecimento de água e esgoto será criada infraestrutura subterrânea.

Terreno vai abrigar condomínio, hospital e escola

A construtora desmembrou o terreno de 160 mil m² do antigo parque e criou três novas ruas, todas conectando a rua envoltória e a futura praça central. O espaço foi dividido em lotes menores, dois deles já com destinação para a construção de um hospital da rede Hapvida e para um colégio do grupo Tamandaré. Entretanto, o principal projeto para o local é o condomínio Park Avenue, com prédios resisdenciais e comerciais. Os detalhes sobre o empreendimento ainda não foram divulgados.

"No Park Avenue, a implantação das ruas e da praça trará mais qualidade e sofisticação para a região, pois tanto as ruas quanto a praça terão um paisagismo muito diferenciado. Dividimos o enorme terreno em lotes menores, onde todos passam a ter frente para ruas, o que propiciará projetos menores e com possibilidade de usos diversos, o que agregará muito do que a região necessita", destacou Bandeira.

"O projeto representa um passo importante para consolidar um modelo de cidade mais viva e integrada. Ao criar novas vias, áreas públicas e combinar moradia, espaço e lazer, a gente reforça o princípio do uso misto e da intensificação urbana que a gente defende para o Rio. Esse tipo de ocupação traz vitalidade, segurança e desenvolvimento local", afirmou o secretário de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento, Gustavo Guerrante.

Terra Encantada

O Terra Encantada foi inaugurado em 1998 com a proposta de ser um parque temático nos moldes dos da Disney, nos Estados Unidos. O local contava com personagens próprios baseados na cultura brasileira e, além dos brinquedos e atrações, tinha bares, restaurantes e lojas. À época, a expectativa era de receber 20 mil visitantes diariamente, mas o espaço costumava atrair cerca de 2 mil pessoas por dia.

Ao longo dos 12 anos de funcionamento, o parque registrou diversos acidentes. Em 2005, durante um festa no local, um homem caiu de uma montanha-russa de uma altura de oito metros. Na ocasião, a Justiça do Rio condenou o parque a pagar uma indenização de mais de R$ 50 mil à vítima, por considerar que a trava de segurança não foi suficiente para segurar o corpo dele preso ao carrinho.

Já em 2010, uma mulher foi arremessada para fora de uma das montanhas-russas, caindo de uma altura de aproximadamente 10 metros. A vítima morreu por traumatismo craniano e o parque acabou sendo fechado. O local foi comprado em 2013, em 2015 os brinquedos começaram a ser desmontados e em 2016 houve a demolição completa. O espaço seguia vazio desde então.


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