Venda de imóveis cresce acima de dois dígitos no Rio e em São Paulo, mas preços ficam abaixo da inflação
em O Globo, 20/fevereiro
Os juros altos seguraram o preço dos imóveis em São Paulo e no Rio, mas não foram suficientes para segurar a demanda. No Rio, os preços dos imóveis para a venda tiveram uma queda de 2,95%, segundo o relatório de Compra e Venda do Quinto Andar. Considerando a inflação medida pelo IPCA do IBGE, de 4,83%, a desvalorização em termos reais foi de 7,78%. Já o número de transações registradas na cidade, contudo, aumentou 15,2%. Foram 60.887 transações de compra e venda com recolhimento do imposto ITBI, ante 52.813 em 2023, segundo levantamento da plataforma RioM².
Em São Paulo, a alta nas transações foi de 26%. Ao longo do ano, 195.063 mil imóveis mudaram de dono, segundo dados capturados pela plataforma SPm². Na plataforma do Quinto Andar, houve valorização de 4,28% no metro quadrado dos imóveis vendidos na capital paulista, valor que ficou abaixo da inflação. Em termos reais, houve queda de 0,55%.
O mercado de Belo Horizonte se saiu melhor que Rio ou São Paulo em preço, com valorização real de 1,1% — ou de 5,93% sem levar em conta a inflação. Com isso, o valor médio do metro quadrado em Belo Horizonte ficou ligeiramente acima do m² no Rio: R$ 5.032, ante R$ 5.000 na capital fluminense. Em São Paulo, o valor médio do m² fechou o ano em R$ 7.315.
— A dificuldade de obtenção de crédito, com os bancos aumentando as taxas de financiamento, tem obrigado muitos a adiar, pelo menos temporariamente, o sonho do imóvel próprio — diz Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar. — A expectativa de momento ainda é de desaceleração. Dado o cenário atual, a perspectiva para os valores de negociação é de uma desvalorização real dos imóveis ainda mais significativa do que a observada neste último trimestre —
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