Mega empreendimento em São Cristóvão vai entregar bike elétrica a cada comprador para driblar falta de vagas

em Diário do Rio, 29/novembro

O projeto, estimado em cerca de R$ 600 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV), prevê apenas 70 vagas de garagem para um total de 1.700 unidades.

O mercado imobiliário do Rio abriu mais uma janela de aposta no eixo que avança do Porto Maravilha em direção a São Cristóvão. No terreno onde funcionou a Companhia de Luz Esteárica, antiga fábrica de velas e sabões fundada em 1842 pelo Barão de Mauá, a incorporadora Cury anda preparando o lançamento um empreendimento residencial de 1.700 unidades que chega com discurso de nova mobilidade pouco usual para o padrão carioca: cada comprador vai receber uma bicicleta elétrica junto com o apartamento. A proposta é fruto de uma parceria da empresa com a Lev.

A ideia, desenhada para driblar a baixa oferta de vagas no projeto, promete abastecer os edifícios com uma frota de cerca de 1.700 bikes elétricas. O empreendimento, avaliado em aproximadamente R$ 600 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV), terá apenas 70 vagas para carros.

O conjunto residencial ficará a poucos metros do Terminal Gentileza, que concentra linhas de BRT e integra conexões com VLT e ônibus urbanos, além de estar próximo do terreno previsto para o futuro estádio do Flamengo. O lançamento está marcado para janeiro e integra o pacote de incentivos urbanísticos conhecido como “porto estendido”, que expande benefícios da Região Portuária até São Cristóvão, estimulando adensamento e novos projetos habitacionais.

Terreno histórico

O quarteirão onde o Luzes do Rio será erguido tem 18 mil metros quadrados e passou por diversos planos ao longo das últimas décadas. Em 2013, a americana Tishman Speyer estudou construir ali um complexo corporativo de alto padrão, mas desistiu em 2021. A área chegou a ser anunciada pela Sérgio Castro Imóveis e, antes disso, cogitou-se ali a instalação da Cidade do Samba 2, projeto que também não avançou.

Para preservar memória industrial do lugar, parte dos galpões históricos será restaurada, incluindo a antiga chaminé da fábrica. Apesar do valor histórico, o imóvel não é tombado.


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