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Centro do Rio: Antigo Edifício Mesbla vende 100% das unidades residenciais em apenas 24 horas
em Diário do Rio, 30/abril
Com preço recorde no Centro, venda foi a mais cara entre os lançamentos recentes da região.
Com preços bem acima da média praticada na região e uma grande disputa pelos investidores, o Edifício Ora — novo nome do antigo prédio da Mesbla, na Rua do Passeio — teve 100% das suas 191 unidades vendidas em apenas 24 horas. A informação foi confirmada com exclusividade ao DIÁRIO DO RIO pela Inti, incorporadora responsável pelo projeto, que adquiriu o imóvel tombado em janeiro deste ano por R$ 21,7 milhões. O imóvel pertencia anteriormente à São Carlos Empreendimentos, e, depois de décadas sendo alugado para escritórios, agora será um dos mais charmosos residenciais da orla carioca.
O esperado lançamento imobiliário aconteceu nesta terça-feira (30/04), com valores que variavam de R$ 400 mil a R$ 900 mil, dependendo do tamanho e da vista do apartamento. O preço médio? Alguns consideravam salgado: R$ 16 mil por metro quadrado — número inédito entre os lançamentos recentes do Centro do Rio. Mas o apetite dos cariocas pela revitalização do Centro do Rio provou-se muito maior. No jargão dos corretores de imóveis, “lambeu tudo“; o desempenho das vendas foi superior até mesmo ao novíssimo empreendimento Gate, que a Cyrela lançou na Avenida Beira Mar, esquina com a Marechal Câmara, num antigo terreno que pertenceu ao Instituto Resseguros Brasil. Junto ao Aeroporto e também com linda vista, foi vendido um pouco mais barato que o ex-Mesbla. Para Marcos Queiroga, diretor da Sergio Castro Imóveis na região, o diferencial pode ter sido sua linda arquitetura art déco: “quando se fala de Grande Centro, há uma gama de pessoas apaixonadas por imóveis com história. É só retrofitar que vende tudo“, aposta. O prédio é tutelado pelo órgão municipal de patrimônio.
Com unidades entre 23 m² e 70 m², os idealizadores do Ora apostaram (e ganharam) na combinação de localização estratégica, arquitetura moderna e resgate histórico, além da proximidade aos meios de transporte, inclusive Aeroporto. A previsão de entrega das unidades prontas é para junho de 2027, e o edifício já nasce dentro do programa Reviver Centro, que oferece incentivos fiscais como isenção de IPTU e ITBI para estes novos moradores da região. “Não havia nenhuma dúvida de que a venda ocorreria rapidamente. O Centro Histórico é um embrião de uma nova Zona Sul, com mais cultura, vistas deslumbrantes, transporte fácil e praticamente nenhuma favelização. Mais comércio e serviços pra atender a região virão junto com os novos moradores“, diz Cláudio André de Castro, Presidente do Conselho de Renovação do Centro da ACRJ e Provedor da Irmandade dos Mercadores, mais antiga organização de comerciantes do país, fundada em 1743.
Assinado pelo arquiteto Celso Rayol, o projeto buscou preservar elementos da antiga construção famosa pelo relógio – projeto do mundialmente renomado arquiteto Henri Sajous – enquanto incorporava uma estrutura pensada para o novo perfil de morador do Centro. O prédio terá academia, coworking, salão de jogos, lavanderia, bicicletário, boxes e uma portaria com hall de pé-direito alto, inspirado nos edifícios clássicos de Copacabana e Flamengo, com acabamento em mármore, além de uma vista privilegiada para o Passeio Público, um dos mais charmosos parques do Rio.
“Esse é um resultado fantástico que mostra como a região central do Rio vem ganhando protagonismo tanto pela velocidade de vendas quanto pelo preço do metro quadrado. Os Investidores novamente são protagonistas e é mais um grande resultado para o mercado imobiliário carioca”, comenta Ernesto Otero, CEO da startup Lobie, empresa responsável pela gestão da locação das unidades e do condomínio.
Segundo informações do Conselho de Renovação do Centro, outros edifícios estão sendo negociados, na região, para retrofit e transformação de uso. Segundo os dados fornecidos, há mais dois edifícios nas imediações do ex-Mesbla em vias de serem negociados com construtoras para se tornarem moradias. Recentemente, dois edifícios corporativos no Centro foram negociados pela Sergio Castro com uma rede hoteleira, totalizando 28.000m2 de prédios comerciais que passarão a receber hóspedes: um deles é a antiga sede da IBM na Avenida Presidente Vargas e o outro ficaria nas imediações da rua do Ouvidor. Uma expectativa também está se formando em torno da idéia de conversão de corredores de sobrados históricos em moradias, como ocorre comumente em Lisboa. A prefeitura estuda estimular um programa de desapropriação e retrofit destes bens culturais, que foi recentemente objeto de uma discussão na Câmara do Rio.
O Centro do Rio tem recebido uma leva de ótimas notícias. Além da abertura de novas lojas comerciais e pontos culturais no esteio do projeto Reviver Cultural, as vendas das unidades residenciais lançadas têm ocorrido com grande velocidade. A região tem atraído uma enorme gama de turistas e cariocas, notadamente nos finais de semana, que antigamente eram conhecidos pelo grande deserto que a região se tornava, mas hoje isso mudou com novos Centros Culturais, programas museológicos e até mesmo religiosos, sem contar o desenvolvimento da gastronomia local, tanto em restaurantes como em feiras. O Sábado já se tornou o dia de maior movimento em regiões como a Praça XV – sempre lotada de pessoas e turistas – o Largo da Prainha, a Lapa e as imediações do Beco das Sardinhas. Segundo dados do mercado, quase 10 mil novas unidades já foram lançadas e vendidas em todo o Grande Centro, o que deve acarretar um enorme influxo de novos moradores e frequentadores, de bom poder aquisitivo à região.
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