Em uma noite embalada pelo otimismo, o Prêmio Destaque Ademi 2025 coroou projetos e personagens do mercado imobiliário carioca, em cerimônia na terça-feira no Vivo Rio. Recorde de participantes, categoria inédita e homenagens marcaram a noite que celebrou a força da construção civil no Rio. Mais de 900 convidados assistiram ao anúncio dos vencedores da 21ª edição, que teve 54 projetos inscritos e reconheceu 33 cases em 20 categorias — entre elas, a estreante “Construção com Sustentabilidade ou ESG”.
Além dos premiados, foram homenageados os irmãos Otávio e Shalom Grimberg, da SIG Engenharia, escolhidos “Empresários do Ano”, e Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ, que passará o comando a Leonardo Mesquita, vicepresidente da Cury Construtora, em janeiro de 2026. Diante do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do vice-prefeito, Eduardo Cavaliere, Saceanu ressaltou que esse movimento é resultado direto da parceria entre os setores público e privado.
— Esse é um dos momentos mais transformadores da nossa cidade, com ciclos de avanços reais e estruturantes. Os números referendam os resultados dos últimos dois anos, e não é coincidência que essa seja a idade do novo Plano Diretor. A cidade avança muito quando os setores público e privado caminham lado a lado — disse.
A lista de premiados confirma a diversidade do mercado. Foram agraciados: Cury Construtora (“Empresa do Ano”); Lopes Rio (“Imobiliária do Ano”); Feu Arquitetura (“Arquiteto do Ano”); Melhim Chalhub e Bernardo Schiller (“Reconhecimento Imobiliário”); Rio Construção Summit (“Fórum de Sucesso”); Cláudio Martins, da Caixa (“Parceiro do Ano”); e Luiza Meirelles (“Destaque Universitário”).
Leonardo Mesquita enfatizou o impacto positivo das legislações recentes no fôlego do setor. Para ele, o desafio agora é acompanhar o ritmo da cidade, mantendo revisões ágeis da legislação urbana.
— É preciso ficar atento a essas mudanças, para que sejam feitas de forma rápida. Esse alinhamento entre legislação e demandas de construtoras e clientes tem efeito muito positivo no nosso negócio — destacou.
Homenageado como “Empresário do Ano”, Otávio Grimberg atribuiu o reconhecimento ao trabalho da SIG Engenharia, responsável por projetos emblemáticos no Rio, como os retrofits dos hotéis Glória e Everest. Ele destacou o forte crescimento do mercado de estúdios, tendência estimulada pelo novo Plano Diretor e pela mudança no estilo de moradia.
A Feu Arquitetura voltou a brilhar ao conquistar pela segunda vez o prêmio de “Arquiteto do Ano”. Para Andres Vázquez, o mérito nasceu da proposta de fazer “arquitetura de pessoas para pessoas”, sempre baseada em estudo, pesquisa de materiais, mobiliário e tendências. A migração recente da sede da empresa para o Casa Shopping reforça esse posicionamento de constante atualização e diálogo com o design contemporâneo. Suíte de um estúdio do Copa, em Copacabana, que teve 90% das unidades vendidas na semana de lançamento.
O diretor-executivo da RJZ Cyrela — que ganhou seis prêmios nesta edição —, Michel Gottlieb, destacou o compromisso da empresa com a excelência na criação de novos produtos e a tradição de inovar no setor. — Buscamos a excelência na oferta de novos produtos e honramos, assim, a tradição de um mercado que dita tendências no país.
A cerimônia foi encerrada com uma apresentação do Monobloco — grupo de percussão que participa do Carnaval de rua do Rio — e participação especial da cantora Fernanda Abreu. Puro DNA carioca.
Compactos em alta: a onda que agita a capital
Os estúdios vêm se destacando no mercado, alavancados pelo aumento do turismo
Eles são pequenos no tamanho, mas gigantes na preferência do público. Os compactos conquistaram de vez o cenário urbano carioca, principalmente em bairros que primam pela localização privilegiada — um dos fatores mais determinantes para o sucesso desses imóveis, muito demandados para locação de short stay. E isso ocorre no ano em que a cidade vive um fluxo turístico histórico.
A presença deles é especialmente marcante em novos projetos da Zona Sul e do Centro, regiões que oferecem mobilidade, comércio farto e lazer qualificado. Essas características seduzem desde pequenos núcleos familiares até investidores do país e do exterior. Para fazer jus aos interesses desse público, vários empreendimentos já nascem com permissão expressa para hospedagem temporária, ampliando o potencial de renda.
Os chamados estúdios chegaram a quase 20% das unidades lançadas em 2024 e, neste ano, totalizaram 16,9% até setembro, segundo dados da Brain. No quesito vendas, o desempenho deles também impressiona: responderam por 19,1% das unidades comercializadas em 2024 e 18,7% nos primeiros nove meses deste ano. Dos 64 projetos de compactos lançados em 2025, há apenas 13,5% de unidades disponíveis.
Para o presidente da comissão que acompanha a implementação do Plano Diretor, vereador Rafael Aloisio Freitas (PSD), a flexibilização da legislação foi decisiva nesse cenário. — Ao permitir a construção de imóveis compactos, a legislação acompanhou as transformações da cidade e as novas formas de viver, atraiu investimentos e gerou empregos e oportunidades para mais pessoas morarem perto do trabalho.
A boa fase do mercado imobiliário anima também o vereador Pedro Duarte (Novo), que credita esse resultado às leis aprovadas nos últimos anos. — Isso significa mais empregos, mais oferta de unidades residenciais e de lajes corporativas. Esse é o termômetro ideal das cidades que querem atrair investimentos.
Outro motor do mercado, o turismo reforça esse boom. Dados da Embratur apontam que o Estado do Rio recebeu mais de 1,7 milhão de turistas estrangeiros entre janeiro e outubro, um salto de 49% em relação ao mesmo período de 2024 e acima do crescimento nacional (42,2%). Só em outubro, o Rio recebeu 164 mil visitantes internacionais, alta de 26,61% na comparação anual.
A capital também segue colecionando marcos. No ano de 2024, o Cristo Redentor recebeu cerca de 2,4 milhões de visitantes — um recorde. Já o RIOgaleão recebeu 12,9 milhões de passageiros nacionais e internacionais, de janeiro a setembro deste ano. Os números são resultado de um calendário que mantém o Rio em alta temporada o ano todo, como Réveillon, shows internacionais, G20, Web Summit e Carnaval, por exemplo.