Capital no Nordeste tem aluguel mais caro que Rio de Janeiro e Brasília

em Valor Investe, 16/abril

De acordo com Índice FipeZap, locação residencial encareceu em média 3,7% no período, ante 1,42% da inflação oficial.

Você está achando que alugar imóvel residencial ficou mais caro? Não é só impressão. Os preços do aluguel dispararam neste primeiro trimestre, segundo o Índice FipeZAP, que monitora anúncios de imóveis de 25 cidades. No período, a alta acumulada foi de 3,75% no aluguel residencial acima da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 1,42%.

Ocorreu o que se chama de aumento real, que é quando um item sobe mais que o índice de preços. Assim o preço médio do metro quadrado ficou em R$ 44,15/m². Entre as 11 capitais avaliadas no levantamento, somente quatro tiveram um preço acima da média e uma delas é do Nordeste. Recife tem uma média de preço de R$ 49,40/m², superando o Rio de Janeiro e Brasília, com R$ 46,79/m² e R$ 44,07/m², respectivamente. As duas cidades possuem locação historicamente alta.

Preço do metro quadrado por capital:

1. São Paulo (R$ 53,13/m²);
2. Florianópolis (R$ 52,04/m²);
3. Recife (R$ 49,40/m²);
4. Rio de Janeiro (R$ 46,79/m²);
5. Brasília (R$ 44,07/m²);
6. Curitiba (R$ 38,30/m²);
7. Belo Horizonte (R$ 37,78/m²);
8. Goiânia (R$ 37,37/m²);
9. Salvador (R$ 35,38/m²);
10. Porto Alegre (R$ 32,52/m²);
11. Fortaleza (R$ 28,89/m²).

No primeiro trimestre de 2024, o encarecimento atingiu 23 das 25 localidades que integram o índice, incluindo todas as 11 capitais monitoradas, com destaque para Brasília (7,88%); Salvador (6,46%); Curitiba (5,51%); Florianópolis (4,49%); Recife (4,42%), seguido por Rio de Janeiro (3,52%); Goiânia (+3,15%); Belo Horizonte (+3,09%); São Paulo (2,88%); Porto Alegre (2,70%); e Fortaleza (1,59%).
Comparação de 12 meses

Ao olhar para a comparação dos últimos 12 meses, a alta do aluguel residencial se mostra ainda mais acentuada, acumulando 15,19% no período, contra os 3,93% do IPCA. O aumento do preço do aluguel pode ser explicado por diversos fatores, entre eles os juros em patamar elevado, que restringe o crédito imobiliário e até mesmo o número de pessoas que conseguem financiar imóvel próprio. Sem a possibilidade de compra, o aluguel se torna a alternativa e seus preços acabam subindo.

Em relação aos tipos de imóveis, aqueles de apenas um dormitório foram os que mais se valorizando, alcançando 18,22% de alta. As unidades maiores de quatro ou mais dormitórios tiveram um reajuste abaixo da média, chegando a 11,45%.

No preço médio do metro quadrado, os pequenos também são os mais caros. Enquanto a média ficou em R$ 44,15/m², as unidades de apenas um dormitório têm preços médios de R$ 57,53/m². Já os imóveis com três dormitórios são locados por R$ 38,64/m², em média.

Para quem pensa em investir no setor de aluguéis, a rentabilidade do aluguel, que é a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis, foi avaliada em 5,82% ao ano. Ou seja, fica abaixo de aplicações seguras do mercado financeiro. O Tesouro Selic, por exemplo, rende 10,75% ao ano.


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