Projetos das fachadas unem beleza e economia
em Extra, 16/março
No segmento econômico, as construtoras procuram aliar propostas esteticamente bonitas à viabilidade financeira.
Dos projetos simples e sem bossa para um design moderno e uso de materiais alternativos e mais sofisticados. As fachadas dos empreendimentos enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) tornaram-se um diferencial competitivo das construtoras, acompanhando as demandas do mercado e as normas técnicas que regem o setor. O objetivo é apresentar algo esteticamente bonito para o cliente sem comprometer a viabilidade financeira dos projetos.
A estratégia da Cury para as fachadas de seus projetos passa pelos revestimentos cerâmicos, pelas chapas metálicas perfuradas e pela madeira ecológica. As volumetrias diferenciadas, texturas e cores contrastantes criam fachadas mais atraentes sem aumentar significativamente os custos, segundo Cléber Augusto, gerente de Produto da construtora, que ainda destaca a iluminação cênica como tendência. Em alguns prédios do Porto Maravilha, a empresa contratou grafiteiros para fazer intervenções artísticas em partes das fachadas.
— Ao usar elementos mais sofisticados apenas no embasamento das fachadas, conseguimos reduzir a quantidade de material utilizado, tornando a solução mais viável financeiramente. Isso permite valorizar a estética do empreendimento sem elevar o custo da obra.
Bruno Camargo, diretor Comercial do Grupo CTV, diz que a empresa tem tradição em lançar empreendimentos com fachadas diferenciadas e usa elementos nobres na composição. Para cada projeto, a empresa contrata um profissional especializado para fazer o projeto criativo e de design da fachada.
— A fachada do Sal, na Região Portuária, une elementos art déco e contemporâneos; o Nobel, em Irajá, tem varandas em alumínio e vidro; e no Sunny, próximo lançamento no Engenho de Dentro, 100% enquadrado no MCMV, a fachada não terá cara de segmento econômica — adianta Camargo.
Leonardo Laurentino, diretor da Nivo Construtora, aposta no design contemporâneo e minimalista para projetos econômicos: fachadas simples, mas elegantes, que utilizem materiais mais acessíveis.
— Na linha econômica, a solução mais utilizada ainda é a textura. Acho difícil o uso em grande escala de outros materiais como revestimento em alumínio, vidro e madeira.
A Novolar procura fazer as fachadas de seus residenciais com paletas de cores estratégicas, que se alinham às tendências arquitetônicas atuais. Segundo Flavia Camêlo Freire, gerente de Projetos Executivos da construtora, as fachadas bem trabalhadas impactam diretamente a valorização do produto e a experiência do morador.
— A fachada causa a primeira impressão do empreendimento e, muitas vezes, é associada à qualidade e ao cuidado com o projeto. Portanto, é um fator de decisão de compra. Nos projetos econômicos, que em geral têm as áreas internas padronizadas, a percepção de valor vem do exterior. A fachada, vista como a identidade do empreendimento, é fundamental para criar uma conexão com o público — afirma.
Flavia explica que, mesmo com orçamento limitado, é possível usar cores, texturas e formas que reflitam a proposta do projeto, dando um ar de modernidade e despertando confiança no público. Ela cita o exemplo do Green Life, em Niterói, cuja fachada tem formas geométricas, esquadrias e gradis, elementos que tornam a fachada elegante a preços acessíveis.
A escolha das cores, segundo a gerente, deve privilegiar aquelas que combinem com qualquer entorno, como cinza claro e bege, ou os tons terrosos suaves, que dão um aspecto acolhedor e conectado à natureza. Já o branco e o off-white, combinados com detalhes contrastantes, ampliam visualmente o empreendimento. Texturas acrílicas, gradis metálicos e concreto aparente são muito utilizados, em sintonia com a tendência forte do design minimalista.
— O equilíbrio entre estética e funcionalidade garante um produto mais qualificado sem onerar a manutenção futura — diz Flavia.
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