Antiga ‘Torre H’, na Barra, se adapta à ‘onda’ dos estúdios e entregará mais de 400 unidades até o final do ano

em Diário do Rio, 13/março

O prédio é parte de um dos maiores símbolos do polêmico projeto urbano de Oscar Niemeyer para a Barra da Tijuca. Suas obras de finalização ficaram paralisadas por quase 40 anos.

A monumental Torre H, um dos maiores símbolos do polêmico projeto urbano de Oscar Niemeyer para a Barra da Tijuca, finalmente está a caminho de concluir suas obras em 2025, após quase 40 anos de abandono. Originalmente concebida como parte de um ambicioso planejamento de 76 prédios cilíndricos no bairro nos anos 60, a torre – agora rebatizada de Niemeyer 360º – entra para o longo portfólio de residenciais da Barra. O prédio, ao lado de outras estruturas, como a vizinha Torre Charles DeGaulle e a Torre Ernest Hemingway, na Lúcio Costa, foram os três únicos empreendimentos cilíndricos que realmente saíram do papel.

Construída com o objetivo de ser um edifício residencial de alto padrão, a Torre H (nome popular da Torre Abraham Lincoln), ficou apenas com seu esqueleto erguido nos anos 80, após a paralisação das obras devido à crise financeira enfrentada pela construtora Desenvolvimento Engenharia. O edifício permaneceu incompleto por quase quatro décadas, chegou a ser invadido em 2004, mas há três anos vem sendo tocado pela incorporadora Capital 1.

O novo empreendimento, com a previsão de entrega já para o final do ano, como foi programado desde o anúncio, está em fase de finalização. O prédio de 120 metros de altura, contará com 448 estúdios de 40m² e 13 apartamentos duplex de 80m², distribuídos entre o primeiro e o 36º andar. Os dois andares superiores serão destinados a um mezanino, que servirá como área de lazer. Para os compradores que desejam uma vista do mar, os apartamentos localizados entre o 28º e o 36º andar são os mais cobiçados, com preços que variam entre R$ 670 mil e R$ 893 mil. Além disso, o prédio ainda contará com três coberturas duplex, com valores entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão.

Até o momento, aproximadamente 60% das unidades já foram vendidas, e a incorporadora Capital 1 conseguiu reverter o impasse da massa falida da Desenvolvimento Engenharia, adquirindo 85% dos apartamentos por meio de leilões e negociações com os compradores originais. A empresa também conta com a colaboração dos proprietários dos 15% restantes, que pagam uma taxa extra mensal para participar da reocupação do edifício.

O custo total para a reforma gira em torno de R$ 150 milhões. A modernização do projeto incluiu a reformulação da parte frontal do edifício, que ficou sob a responsabilidade de Paulo Sérgio Niemeyer, bisneto do arquiteto Oscar Niemeyer, que mantém seu escritório ativo até hoje na Avenida Atlântica.


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