Leilão de imóveis: Confira prós e contras na compra de propriedades

em Extra, 9/setembro

Saiba como evitar riscos e realizar uma compra segura com dicas de especialistas

Os cinco principais bancos do país vem promovendo leilões de imóveis, atraindo investidores e compradores em busca de boas oportunidades no mercado imobiliário. São centenas de propriedades à venda — de casas e apartamentos a terrenos comerciais —, com lances iniciais de 10% a 95% abaixo dos valores de mercado. Antes de participar, no entanto, os interessados devem tomar alguns cuidados para evitar surpresas e garantir uma compra segura e vantajosa. Para isso, o EXTRA ouviu dicas de especialistas do setor.

O advogado William Adib Dib, especialista em Direito Imobiliário, explica que os imóveis oferecidos por bancos podem ser retomados por ações judiciais, como consequências de dívidas não pagas, como cotas de condomínio em atraso. Já nos casos extrajudiciais, geralmente, a retomada ocorre por causa de uma alienação fiduciária, ou seja, quando o imóvel é colocado como garantia para a quitação de um financiamento ou serviço, como empréstimo, que não foi pago.

— Em ambos os casos, a leitura do edital é essencial porque contém dados sobre o imóvel, como possíveis dívidas e se ele está ocupado — orienta Adib Dib.

Ele alerta que o edital não tem informações sobre o estado da estrutura do imóvel, porém há situações em que o interessado pode ver imagens do local ou visitá-lo:

— Caso o imóvel esteja desocupado, o arrematante consegue visitá-lo. Se (a retomada) é proveniente de dívida, a pessoa consegue verificar fotos do imóveis por meio do laudo de avaliação.

Dificuldade de ocupar o imóvel

Há casos em que o arrematante pode enfrentar dificuldades para ocupar o imóvel devido a resistência dos antigos donos em deixar a propriedade.

— Em caso de recusa de saída, o arrematante tem que fazer um pedido de imissão na posse, um processo judicial para solicitar a saída da pessoa. Normalmente, o pedido é liminar, que tem um curto prazo para seu cumprimento — orienta.

Para evitar essa situação, o especialista em leilões de imóveis Pedro Gomide, sócio da Smart Leilões, aconselha:

— É preciso ver se o antigo dono tem alegações fundamentadas, como, por exemplo, que não recebeu uma notificação da purgação da mora (com a possibilidade de quitar a dívida) ou não recebeu a notificação de perda da propriedade antes da data do leilão — diz Gomide.

Contar com serviços de profissionais especializados também ajuda a esclarecer dúvidas.

— O profissional vai verificar, por exemplo, se é um leilão de direitos de posse, quando pode haver a necessidade do arrematante registrar o imóvel no nome do antigo proprietário, que não tinha o registro, para só depois colocar em seu próprio nome – orienta Celina Pessoa, presidente da Comissão de Leilões do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário.

Veja qual é faixa de desconto ideal

O arrematante deve ter cuidado, com relação ao preço dos imóveis para garantir que corresponde ao real valor do bem. O valor da primeira praça, definido como o valor de avaliação, serve como referência, para que o interessado saber se está fazendo um bom negócio.

De acordo com Pedro Gomide, da Smarte Leilões, a faixa que os interessados devem buscar é de 35% de desconto.– Faça uma avaliação para ver se o valor do imóvel realmente vale aquilo que de fato está sendo ofertado no site do leilão. O valor da primeira praça é o valor de avaliação do imóvel. Ninguém quer comprar leilão pelo valor de avaliação, precisa ter um desconto. O segundo é o valor da dívida, precisa checar se o valor da dívida vale a pena ou se está descontado no arremate. É bom ter pelo menos 35% de desconto para comprar – recomenda.

Além disso, é essencial verificar o valor da dívida associada ao imóvel. Certifique-se de que o valor da dívida está claramente descontado no valor final do arremate. Isso ajuda a evitar surpresas desagradáveis e garante que o custo total do investimento esteja de acordo com suas expectativas financeiras.

– Procure amostra de imóveis anunciados na região, ligue para corretores locais e veja o quanto o imóvel vale de fato no mercado para buscar seu desconto – explica.

O que os Bancos Oferecem?

O Leilão Virtual da Caixa reúne 1.047 imóveis em todo o país e acontece até terça-feira (dia 10), às 10h, por meio do site da Fidalgo Leilões. A maior parte dos bens — mais de 460 imóveis — fica no Sudeste. A instituição oferece de 30% a 95% de desconto. A maior parte — 212 casas, apartamentos e terrenos — chega a 40% de abatimento.

O Feirão de Imóveis do Santander oferece 370 imóveis. O pregão será na terça-feira (dia 10), a partir das 11h, com imóveis 19 estados do país. Os lances poderão ser feitos por meio do site da Biasi Leilões. Os descontos chegam a 50%, na comparação entre o valor de avaliação de mercado e o lance inicial.

Itaú
Promove um leilão com 23 imóveis em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Os lances podem ser feitos por meio do site da Biasi Leilões. Os descontos são de 10%.

Banco do Brasil
Vai realizar dois leilões entre os dias 12 e 26 de setembro, com oferta de 29 imóveis em oito estados. Confira o portal Seu Imóvel.

Bradesco
No último dia 30 de agosto, a instituição realizou um leilão com 186 propriedades em mais de 20 estados, com ofertas a partir de R$ 11 mil. Procurado, o banco não informou sobre futuras edições.


Ver online: Extra