Originalidade marca projetos lançados na Serra Fluminense
em Valor Econômico, 20/setembro
O mercado da região vem atraindo compradores com empreendimentos que fogem do modelo tradicional dos condomínios de ‘second home’.
Lazer, conforto e sofisticação em meio a belas paisagens já não são suficientes para seduzir os compradores de imóveis de alto padrão na Serra Fluminense. Endereço de casas de fins de semana, as chamadas “second home”, a região vem recebendo projetos diferenciados e com propostas temáticas.
O mais novo deles é o Quinta Portuguesa, do Grupo Santinon, no pequeno município de Areal, que será lançado amanhã. A ideia é reproduzir a atmosfera do Vale do Douro, em Portugal, com características que remetem ao país lusitano tanto na arquitetura quanto no olival — cujo plantio já foi iniciado. “A expectativa é que em dois anos já seja possível produzir um azeite com rótulo da Quinta”, diz Cláudio Leite, coordenador de Vendas do empreendimento.
O condomínio terá ainda clube, restaurante de culinária típica portuguesa e loja com produtos lusitanos. “Já fomos procurados por portugueses radicados no Brasil interessados em comprar um terreno aqui”, conta Leite. Serão 126 lotes com áreas de 500 a três mil metros quadrados, além de 21 casas já em construção.
Areal é a bola da vez da Região Serrana para sediar condomínios com traços característicos de países europeus — já existe um de perfil italiano. “Várias incorporadoras estão seguindo essa tendência. Areal vai ser uma espécie de região das nações”, aposta Leite. A localização também é um diferencial: o município fica fora do eixo Petrópolis-Teresópolis, já próximo à divisa com Minas Gerais, atraindo também o público da Zona da Mata mineira.
Outro projeto que vem chamando atenção é o Fazendas Secretário, em Pedro do Rio, em Petrópolis, cujo conceito é o de condomínio hotel-fazenda, com propriedades rurais, horta, curral com vacas leiteiras e até uma queijaria. O complexo engloba cinco fazendas com vinícola, pousada, espaço para venda de produtos locais, supermercado, escola e universidade. “Os compradores já não veem as propriedades como casas de campo, mas como residências fixas, só que em um ambiente rural”, diz Carlos Moreira, CEO do empreendimento.
São 230 lotes — dos quais 90 já vendidos — com áreas de 2,5 mil a 16 mil metros quadrados. A previsão é que, em julho de 2025, a infraestrutura esteja pronta para a construção das casas. O primeiro projeto será inaugurado em outubro e abrigará a pousada, o clube e o restaurante, além de uma fazendinha.
No Reserva Guinle, em Teresópolis, o diferencial é histórico — a propriedade foi o refúgio serrano da tradicional família Guinle. A sede, um casarão de 1945 projetado pelo arquiteto norte-americano Byron Simonson, passará por retrofit e será transformada em hotel-butique e restaurante. As cocheiras construídas no mesmo estilo formarão a Vila Toscana, com 22 lofts, todos já vendidos. O condomínio terá 135 unidades. Em 2025, a venda de casas e lotes entra na segunda fase. “Os lotes terão regras construtivas bastante rígidas”, informa Felipe Mauad, sócio-fundador da Construtora Mauad, dona do empreendimento.
Uma peculiaridade do Reserva Guinle é, literalmente, de outra natureza: o terreno, com 300 mil metros quadrados, inclui um trecho de Mata Atlântica, que integra o Parque Municipal Montanhas de Teresópolis e um jardim inglês, com grandes árvores em meio a um extenso gramado. “É uma área muito bonita, que estamos preservando e valorizando ao máximo. A ideia é criar um ambiente harmônico, de modo que o casarão e o jardim continuem em destaque”, diz Mauad.
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